Entre previsões de máquinas que superam o cérebro humano e de alertas sobre uma possível bolha financeira, o futuro da inteligência artificial parece cercado por incertezas. Enquanto isso, do outro lado da tela, trabalhadores de vários setores precisam lidar com um sintoma mais imediato: a ansiedade com a IA.
O medo, em si, não é novo. A cada nova onda tecnológica que altera a forma de produzir e trabalhar, o temor de substituição reaparece. Mas a velocidade da mudança, a sensação de falta de controle e as promessas que oscilam entre o fantástico e o catastrófico podem tornar esse momento particularmente angustiante.
Nos EUA, a discussão sobre a ansiedade gerada pela IA escalou diante da onda recente de demissões que varreu grandes empresas. Segundo um relatório da consultoria Challenger, Gray & Christmas, outubro registrou o maior número de cortes em companhias americanas para o mês em mais de duas décadas. Redução de custos e adoção de IA aparecem entre as principais razões oficiais.
Algumas empresas mencionaram publicamente a inteligência artificial ao justificar as demissões. A Amazon, por exemplo, alegou que a redução de 14 mil postos fazia parte do esforço para tornar a companhia “mais enxuta” e, assim, aproveitar melhor as oportunidades trazidas pela tecnologia.
Há quem questione se esses cortes têm de fato relação com a IA ou se a tecnologia passou a servir como uma boa justificativa para reduzir custos. Seja como for, a própria incerteza já é gatilho para a ansiedade associada à inteligência artificial — e não só aquela ligada ao risco de perder o emprego.
De onde vem a ansiedade da IA?
Para além do medo de ser substituído, o desconforto com a mudança, a pressão por se adaptar a algo novo e as preocupações com o futuro são algumas das forças que moldam a ansiedade gerada pela IA.
Tem como reduzir a ansiedade?
Se a ansiedade gerada pela IA tem como gatilho as incertezas relacionadas ao trabalho, a sugestão da sócia da Signal & Cipher é recuperar o senso de autonomia. Mesmo que os desdobramentos amplos da inteligência artificial fujam de algum tipo de controle individual, ela lembra que é possível pensar em como planejar e direcionar a própria carreira. Fazer isso, diz, ajuda a reduzir o medo.
Fonte; O Globo